A conversa dessa semana foi com Luiz Mandarino, COO do EnergyHub, parceiro do nosso Podcast. Conversamos sobre o mercado de energia, transição energética, carreira, e falamos do Dá Tempo, é claro.
Eu e Mandarino tivemos passagem pela mesma empresa, a Petrobras, de formas bastante diferentes, em áreas diferentes, mas vejo que algo nos é comum: o profundo interesse e disposição para investir o nosso tempo naquilo que queremos e entendemos que faz mais sentido para nossas carreiras e para o mundo de forma geral.
Para mim, trazer o Energy Hub como parceiro é uma excelente oportunidade para fortalecer o pragmatismo que está no cerne da nossa proposta: transformar. É fundamental para a pauta das mudanças climáticas incorporar a contribuição do setor corporativo, pela sua força de mobilização, e principalmente por entender que parte substancial do impacto da humanidade na natureza advém das atividades de empresas.
Mandarino questiona o senso comum, quando entende que “não há bala de prata” no campo da sustentabilidade e da transição energética. São muitos os fatores envolvidos, e coloca na mesa também a dificuldade de equacionar uma transição justa que possa contemplar as necessidades dos países em desenvolvimento, uma vez que os países desenvolvidos são os principais responsáveis pelas emissões atuais e pelos acumuladores históricos.
Mandarino também destaca que na história da humanidade nenhuma fonte energética foi suplantada por uma mais recente, e sim continuou a somar com as demais, dando como exemplo o carvão.
Quando perguntado se “Dá Tempo”, buscando otimismo, Mandarino responde com uma visão muito interessante. Ele destaca que para (1) startups, para uma (2) grande empresa, e para o (3) governo, 90 dias representam coisas muito diferentes. Para uma startup pode representar uma falência, diante de uma falta de fluxo de caixa. Para o governo não é o tempo nem de começar uma conversa sobre uma mudança, efetivamente. A pergunta segue no ar.
Com o EnergyHub, nossa expectativa é o setor corporativo possa ver mais um canal de interlocução, de engajamento, de conexão. Queremos trazer startups, gerar reflexão, massa crítica, e propor soluções. Teremos conversas mais holísticas, com artistas, pensadores, intelectuais, e também com empreendedores que estão buscando criar soluções em produtos e serviços para os desafios do nosso tempo, em relação a sustentabilidade e mudanças climáticas.
É fundamental entender que o nome do podcast “Dá Tempo” não é uma aposta frívola fundamentada num otimismo sem lastro. Nós temos as tecnologias e os recursos, mas falta também vontade e articulação. Dá Tempo também cumpre uma necessidade de uma afirmação, de uma construção de sentido em busca de uma nova sociedade, a partir do que temos, a partir do que é possível. Dá Tempo é também uma forma de pensarmos soluções juntos, de conhecer o que já temos, e dar voz para quem está na luta, buscando e dando respostas.
Por isso afirmamos: Vamos lá, que Dá Tempo!
Pedro Rivas
Idealizador e Diretor do Dá Tempo